Fundo da FGV quer captar US$ 2 bi para investimentos em Moçambique
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Por Fabiana Batista
Valor
SÃO PAULO - A Fundação Getulio Vargas (FGV) lançará no fim da tarde de hoje, em Brasília, o fundo Nacala, voltado a investimentos no setor de agronegócios em Moçambique. A captação vai começar em novembro e a meta levantar US$ 2 bilhões em até quatro meses, metade no Brasil e metade no Japão, segundo o coordenador da FGV Projetos, Cleber Guarany.
O fundo, que é resultado de um acordo entre os governos de Brasil, Japão e Moçambique e a própria FGV, oferece um retorno mínimo de 10% ao ano, mas tem como objetivo atingir rentabilidade anual entre 20% e 22%.
Guarany afirma que o perfil dos investidores já contactados pela FGV é formado basicamente por fundos de pensão e tradings. O fundo terá cota mínima de US$ 100 mil e duração prevista de dez anos.
Com os recursos em mãos, o fundo investirá na implantação de cultivos agrícolas — soja, milho, algodão, girassol, arroz, etc — e em construção de agroindústrias, além de complementação de infraestrutura de transporte e armazenamento.
Ele não acredita que o fundo terá dificuldade em captar esses recursos, apesar da crise no mercado financeiro internacional. “Trata-se de um projeto sólido, com bom retorno de longo prazo, voltado à produção de alimentos. Há ainda o envolvimento de três governos (Brasil, Japão e Moçambique)”, avalia Guarany.
A expectativa de obter retorno elevado se justifica, segundo o especialista, porque não há no projeto custo de aquisição de terra, uma vez que em Moçambique o governo oferece a concessão de uso da terra por 50 anos, renováveis por mais 50.
A parte técnica do projeto será desenvolvida via arranjos produtivos — cooperativas ou consórcios — formados por produtores brasileiros e moçambicanos. “Já estamos em negociações com associações de produtores de soja, algodão, etc”, acrescenta Guarany.
O programa Prosavana, de cooperação técnica, pesquisa e extensão rural para essa região da África, também foi criado e é desenvolvido pela FGV para dar suporte aos projetos agrícolas do fundo. Esse programa é uma versão para a África do Prodecer (Programa de Desenvolvimento dos Cerrados), criado há cerca de 30 anos e que foi importante para o desenvolvimento da agricultura do Cerrado brasileiro, explica Guarani.
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sábado, 4 de maio de 2013
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